Vizinho preso após confessar estupro e assassinato de menina de 8 anos em Salvador tem prisão preventiva decretada

Justiça também aceitou pedido da Polícia Civil para que material genético de Joseilson Souza da Silva, de 43 anos, seja incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

O homem que confessou ter estuprado e assassinado a menina Aisha Vitória, de 8 anos, em Salvador, teve a prisão preventiva decretada na manhã desta quinta-feira (25), após audiência de custódia.

“Eu quero que ele pague. Não sei o que vai acontecer, a gente não pode fazer justiça com nossas próprias mãos, mas o importante é que ele pague”, disse a tia de Aisha Vitória, Sandra Gomes, após descobrir o resultado da audiência.
Tailane Almeida, prima de Aisha, se emocionou ao lembrar dos momentos da busca pela menina.

“Muita dor, a gente tentou de tudo desde o momento que ela despareceu, tínhamos esperança que alguém estava fazendo uma brincadeira de mal gosto. A menina sofrendo, a gente gritando pelas portas e ele vendo tudo”, lamentou a prima da menina, emocionada.
A avó da menina, Laurentina Gomes, contou que Aisha Vitória era a neta mais carinhosa que tinha. A menina costumava brincar na casa dela, que fica a cerca de 80 metros do imóvel em que morava.

“Aisha era um coração que Deus me deu. Ela só ficava aqui comigo, brincando” na casa dela e na minha”.
Material genético incluso no Banco Nacional
A juíza Marcela França também aceitou o pedido da Polícia Civil para que o material genético de Joseilson Souza da Silva, de 43 anos, seja incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

Segundo a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Andreia Ribeiro, a partir dessa inclusão, vai ser possível identificar se ele cometeu outros crimes.

“É possível que esse indivíduo possa estar envolvido com outros crimes da mesma natureza, não só na Bahia, mas em outros estados”, pontuou Andreia.

Joseilson Souza da Silva foi preso em flagrante na terça-feira (23), horas depois do corpo ter sido encontrado sobre sacos de materiais de construção na Travessa São Jorge, a cerca de 30 metros da residência onde ela vivia com os pais e os irmãos, no bairro de Pernambués, em Salvador.

Segundo a polícia, em depoimento, Joseilson confessou ter violentado sexualmente e assassinado Aisha Vitória por asfixia, na casa onde ele morava, perto da moradia da vítima. [Veja detalhes abaixo]

O corpo de Aisha Vitória foi sepultado sob forte comoção de familiares e amigos e pedidos de justiça, no fim da manhã da quarta (24), no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo.

Flagrante por abuso sexual
Antes do crime que gerou comoção nesta semana, em Salvador, Joseilson chegou a ser preso em flagrante pela prática de abuso sexual contra outro menor em 2015, em São Gonçalo dos Campos, município onde nasceu e vivia.

Em depoimento prestado à polícia na terça-feira (23), ele disse que só não concretizou o abuso porque o pai da criança chegou ao local e chamou a polícia.

O boletim de ocorrência, também obtido pela TV Bahia, traz outros detalhes sobre este caso: o homem foi flagrado de cueca, se debruçando sobre o corpo de uma menina de 5 anos.

Quando a garota conseguiu chamar atenção dos pais, Joseilson fugiu. Moradores da região tentaram linchá-lo, mas a polícia conseguiu resgatá-lo e o encaminhou ao Presídio Regional de Feira de Santana. A Polícia Civil disse ao g1 que ele foi posto em liberdade dias depois pela Justiça.

‘Vontade de matar’
O pai da menina Aisha Vitória, morta após ser estuprada e estrangulada por Joseilson, no bairro de Pernambués, em Salvador, contou nesta quarta-feira (24) que questionou o suspeito sobre a motivação do crime e recebeu como resposta que o homem teve vontade de matar a vítima.

“Perguntei: Por que você fez isso com minha filha? E ele disse: ‘Porque eu tive vontade de matar’. Aí os policiais mandaram eu me afastar”, contou Rogério Silva, pai da menina.

Joseilson foi preso em flagrante na terça-feira, horas após o corpo ter sido encontrado sobre sacos de materiais de construção na Travessa São Jorge, a cerca de 30 metros da residência onde ela vivia com os pais e os irmãos.

“Esse cara foi tão frio, que viu toda movimentação e esperou o momento da fraqueza de todos da rua para pegar o corpo dentro da casa dele e colocar na rua. Ele não demonstrou arrependimento. Foi frio”, lamentou.

Segundo a polícia, em depoimento, Joseilson confessou ter violentado sexualmente e assassinado Aisha Vitória por asfixia, na casa onde ele morava, perto da moradia da vítima. [Veja detalhes abaixo]

O corpo de Aisha Vitória foi sepultado sob forte comoção de familiares e amigos e pedidos de justiça, no fim da manhã de quarta, no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo. A mãe dela passou mal e precisou de suporte de uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) no local.

No mesmo horário da despedida, moradores de Pernambués fizeram um protesto na Avenida Paralela, uma das mais movimentadas da capital baiana. Na terça-feira (23), um grupo já havia feito uma manifestação no mesmo trecho, e queimou pertences de Joseilson para bloquear o trânsito.

Premeditação

Conforme a Polícia Civil, o investigado confessou que a ação foi planejada. Ele detalhou que ter mudado para a localidade há quatro meses e disse que “sempre observava a criança” quando ela passava a caminho da escola ou quando saía para brincar com outros vizinhos.

O registro do depoimento indica que ele, “premeditadamente, decidiu faltar ao trabalho, posto que já pretendia atrair a vítima para sua casa”.

“A confissão por si só precisa ser confrontada com os outros elementos de prova. Não é a toa que vários outros exames complementares foram solicitados, um dos quais o encaminhamento do perfil genético dele para o Banco Nacional”, explicou a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Andreia Ribeiro.

A Polícia Civil da Bahia solicitou à Justiça a autorização para que o material genético do investigado seja incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos. A partir dessa inclusão, vai ser possível identificar se ele cometeu outros crimes deste tipo.

“É possível que esse indivíduo possa estar envolvido com outros crimes da mesma natureza, não só na Bahia, mas em outros estados”, pontuou Andreia. Ainda não há um prazo para que a polícia receba resposta sobre o pedido.

Cronologia do crime contra Aisha, segundo a confissão do suspeito
👉 16h30 de segunda-feira (22) – Joseilson aproveitou que Aisha brincava sozinha para chamá-la até a casa dele. Como a menina não aceitou, ele “tapou a boca” dela e a puxou à força.

👉 Dentro do imóvel, usou uma boneca furtada de outra criança para acalmar a menina e evitar que ela gritasse por socorro. Depois disso, ele abusou sexualmente da criança e a estrangulou “para que ela perdesse a consciência”.

👉 18h – Ele disse que, nesse horário, a criança ainda estava viva, porém desacordada, e notou familiares e vizinhos procurando por ela.

👉 19h – Decidiu matar a menina por entender que, se a libertasse, “seria descoberto”.

👉 Joseilson a estrangulou até a morte e, ao longo da noite, limpou vestígios do crime e planejou como abandonar o corpo.

👉 3h30 de terça-feira (23) – Ao perceber que as buscas tinham sido interrompidas, saiu e deixou o corpo em um beco, em cima de sacos de materiais de construção, próximo à rua onde mora.

👉 De volta à residência, percebeu que se esqueceu de pegar os chinelos da garota e os atirou no telhado da vizinha para ocultar provas. Fez o mesmo com a boneca, escondendo-a atrás da geladeira.

👉 Em seguida, tomou banho e dormiu no mesmo colchão em a garota foi morta.

👉 Pela manhã, acordou com gritos dos pais de Aisha, no momento em que encontraram o corpo dela.

 

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