Cirurgião Marcelo Heidrich alerta sobre cuidados em caso de hérnia inguinal

Se você perceber uma evidente protuberância na região do abdômen, pode ser indício de hérnia inguinal. Apesar de ser uma doença comum, que afeta cerca de 3% das pessoas, o cirurgião geral Marcelo Marcos Heidrich explica que são necessários alguns cuidados, já que podem ocorrer algumas complicações.

A hérnia inguinal é a protrusão de uma alça do intestino através de um orifício que se formou na parede abdominal na região da virilha. Marcelo Heidrich explica que a hérnia, geralmente dolorosa, ocorre quando há fragilidade dos músculos da parede abdominal. “Um dos motivos pode ser o aumento do volume abdominal em pessoas que engordam muito e rapidamente, grávidas, por esforços físicos, tabagismo, tosse persistente, prisão de ventre, constipação ou defeitos congênitos”, exemplifica.

Muito comum também em crianças, nesses casos a hérnia inguinal é devido à fragilidade da parede abdominal e ao não fechamento do orifício inguinal externo. “As hérnias em bebês ou crianças é mais difícil diagnosticar, e geralmente é percebida ao tossir, chorar ou mesmo evacuar”, afirma o cirurgião Marcelo Heidrich.

Existem dois tipos principais de hérnias: a inguinal direta e a indireta. De acordo com Marcelo Heidrich, a hérnia inguinal direta é mais comum em adultos e idosos, geralmente por terem a parede intestinal com musculatura mais debilitada devido à deficiência proteica ou tabagismo. “Esse tipo de hérnia fica evidenciada após esforço físico, já que aumenta a pressão abdominal”, esclarece.

Já a hérnia inguinal indireta é aquela mais comum em bebês e crianças. “Esse tipo está muito associado a problemas genéticos, quando não ocorre o fechamento completo do anel inguinal externo. Com isso, ao tossir, chorar, espirrar, defecar, há um aumento da pressão do abdômen, fazendo com que parte dele desça pelo orifício inguinal externo, virilha, até a bolsa escrotal”, relata Marcelo Heidrich.

Tratamento

Conforme explica o cirurgião geral Marcelo Marcos Heidrich, o tratamento para ambos os tipos de hérnia é cirúrgico, uma vez que podem ocorrer complicações conhecidas como encarceramento e estrangulamento. “No encarceramento, parte do intestino fica preso para o lado de fora do orifício, sendo necessário empurrá-lo por um especialista ou pelo próprio paciente”, explica.

Já o estrangulamento, segundo Marcelo Heidrich, ocorre quando a hérnia fica por muito tempo encarcerada, diminuindo com isso o fluxo sanguíneo. Esse caso é mais grave e pode ocorrer se uma hérnia não for diagnosticada previamente. Geralmente o paciente sente náuseas, vômitos e febre alta. “Uma das consequências é a peritonite, que é a inflamação da membrana que reveste a parede abdominal, devido à saída de conteúdo fecal contendo muitas bactérias. Nesta situação, às vezes é necessário realizar a secção da parte intestinal acometida”, afirma o cirurgião.

Conhecida por hetniorrafia inguinal, a cirurgia é um procedimento simples e rápido. Dependendo do paciente e do tamanho e tipo da hérnia, pode ser colocada uma tela de Marlex, a fim de aumentar e reforçar a resistência da parede abdominal. “A recuperação é relativamente rápida, e geralmente o paciente fica de um a dois dias internado. Depois da alta hospitalar, no entanto, é necessário muito cuidado, principalmente nas duas primeiras semanas”, orienta o cirurgião Marcelo Heidrich.

Para evitar o surgimento de hérnias, é indicada a prática de exercícios físicos frequentes, de modo a fortalecer a parede abdominal, dieta rica em verduras, frutas e fibras, evitar o esforço físico, evitar pegar peso, bem como evitar o uso de tabaco e derivados.

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