O deputado estadual Delegado Olim (PP) foi o escolhido para relatar os pedidos de cassação do colega Arthur do Val (sem partido), o Mamãe Falei, no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Essa, porém, não será a primeira vez que Olim relata um processo envolvendo o colega.
Em outubro de 2019, Olim foi relator de uma representação por quebra de decoro parlamentar contra Do Val. O pedido foi feito pelo então líder do PT na Alesp, deputado Teonílio Barba. Na época, o petista acusou “Mamãe Falei” ter se referido a colegas parlamentares da assembleia como vagabundos no plenário da Casa.
Como relator daquele processo, Olim votou pelo arquivamento da denúncia contra Arthur do Val. Em seu relatório, o deputado do PP considerou que não houve quebra de decoro parlamentar. Especialmente pela “quase imediata retratação” de Mamãe Falei.
“No caso vertente, apesar de sequer ter sido judicializada a questão, houve cabal e quase imediata retratação no próprio discurso do Denunciado, o que em tese, já seria suficiente para afastar eventual cometimento de ilícito contra a honra que poderia remotamente configurar o núcleo de uma acusação mais robusta no que tange a falta de decoro do denunciado”, escreveu Olim.
Na ocasião, o maior alvo dos insultos foi o deputado Campos Machado (Avante), que agora encampa a pressão para que Do Val renuncie ao mandato de deputado estadual. Em 2019, no Conselho de Ética, Machado votou em separado por uma advertência para Mamãe Falei, o que acabou aprovado.
Agora, Olim será o responsável por julgar se Mamãe Falei merece ter seu mandato cassado pelos áudios enviados pelo parlamentar paulista a colegas, no qual faz menções sexistas sobre refugiadas ucranianas. O caso foi revelado em primeira mão pela coluna na última sexta-feira (4/3).